quarta-feira, 12 de maio de 2010

Informação dribla medos e resistência à insulina

Entrevista com Augusto Pimazoni Neto, do Hospital do Rim e Hipertensão

Estar bem informado sobre o comportamento de sua glicemia e acompanhar os efeitos positivos ou negativos do tratamento é o melhor caminho para o paciente perceber a importância de aderir ao tratamento recomendado pelo médico e pela equipe de saúde. A constatação é do médico Augusto Pimazoni Netto, coordenador do Grupo de Educação e Controle do Diabetes (GECD) do Hospital do Rim e Hipertensão da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e foi constatada por recente pesquisa sobre aderência ao tratamento publicada na edição de abril da revista norte-americana Diabetes Care.

Segundo Pimazoni, quando o paciente com diabetes tipo 2 recebe orientação para iniciar o uso de insulina a reação costuma ser negativa, porque sua experiência pessoal aponta erradamente que a insulina é indicada para quem está em situação grave de saúde. "Ele sempre conhece alguém que começou a tomar insulina e logo teve problemas de rins, cegueira ou morreu e não sabe que isso ocorre porque houve demora despropositada para que essa pessoa começasse a se insulinizar", afirma o coordenador do GECD.

Ele acrescenta que a insulina deve ser indicada quando o paciente não consegue obter bom controle da glicemia, justamente para evitar a ocorrência de complicações. Quando começa a acompanhar semanalmente a melhora observada em sua glicemia com o uso da insulina, o paciente percebe que o tratamento está sendo benéfico e muda de opinião, o que garante, na maioria dos casos, que ele mantenha o tratamento indicado.

O estudo norte-americano mostrou que diabéticos tipo 2 muitas vezes apresentam o que os pesquisadores chamaram de resistência psicológica à insulina: os pacientes não aderem ao tratamento por medo de desenvolver complicações, de agulhas ou seringas, de ter hipoglicemias ou por planejarem obter melhor controle apenas modificando hábitos de vida. Muitos pacientes afirmaram não receber orientação adequada da equipe de saúde e esclarecimentos suficientes sobre os benefícios da insulina.

"Quando se mostra ao paciente dados que comprovam que sua glicemia não está melhorando com o tratamento tradicional e que há melhora importante com o uso da insulina ele tem maior disposição para aderir ao tratamento", afirma Pimazoni.

Fonte: www.diabetesnoscuidamos.com.br

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