quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Respeite o limite máximo indicado nos rótulos dos adoçantes

Apesar de os riscos ainda não terem sido totalmente comprovados, é preciso cautela e moderação na hora de consumir adoçantes. Existe uma cota máxima diária aconselhada, que é calculada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e baseada no peso de cada pessoa (ver tabela no final desta reportagem). "O consumo indicado é de três a cinco gotas ou um sachê por copo", explica a nutricionista Cristiana Mara Cedra.


Para evitar problemas futuros, é importante prestar muita atenção à quantidade de adoçante consumido. Na conta devem entrar não apenas os adoçantes de mesa (líquidos ou em sachê), mas também produtos diet ou light que contenham essas substâncias em sua composição, como iogurtes, chocolates, bolos e especialmente refrigerantes.

"O problema ocorre justamente porque o consumidor pode ultrapassar facilmente a ingestão diária aceitável. Se uma criança (de 30kg) consumir uma lata desses refrigerantes rotulados como 'zero' ou 'diet', já excedeu o seu limite diário de ciclamato. O mesmo ocorre se um homem (70kg) consumir 2,8 latas ou se uma mulher (55kg) consumir duas latas", exemplifica a nutricionista Vanessa Kirsten, professora e coordenadora do Curso de Nutrição do Centro Universitário Franciscano (Unifra), no Rio Grande do Sul.

O melhor modo de controlar a ingestão de adoçantes é reduzir ao máximo seu consumo e o de produtos diet, preferindo sempre uma alimentação mais natural e, portanto, mais saudável. Nos situações em que isso não for possível, o mais indicado é optar por adoçantes naturais, como o stévia e a sucralose. "Eu aconselho os meus pacientes a tirarem todo o excesso de produtos químicos e aumentar o consumo de antioxidantes na alimentação", afirma Cedra.

Outro conselho útil é diversificar o uso de adoçantes. "Assim, evitam-se reações adversas decorrentes de possíveis acúmulos no organismo", diz Vanessa Kirsten.



ADOÇANTE - CARACTERÍSTICA - CONTRAINDICAÇÃO - LIMITE DIÁRIO
Sacarina - sintético e extraído de um derivado do petróleo (não calórico) - hipertensos -5 mg/kg

Ciclamato - sintético e composto à base de um derivado de petróleo (não calórico) - hipertensos -11 mg/kg

Aspartame - produzida a partir de dois aminoácidos encontrados normalmente nos alimentos (4 kcal/g) - fenilcetonúricos -40 mg/kg

Acessulfame K - sal de potássio sintético produzido a partir de um ácido da família do ácido acético (não calórico) - pessoas com deficiências renais que necessitam limitar a ingestão de potássio -15 mg/kg

Stévia - extraído da planta Stevia rebaudiana, natural do Paraguai, Brasil e Argentina (não calórico)-  não existem restrições de consumo -5,5 mg/kg

Frutose - extraído de frutas e do mel (4 kcal/g) - contraindicado para quem está com excesso de triglicerídeos - não existe limite

Xilitol, Sorbitol e Manitol - álcoois de açúcar obtidos pela redução da glicose (sorbitol) e frutose (manitol) e também pela hidrogenação da xilose (xilitol) (4 kcal/g) - podem causar diarreia quando ingeridos em excesso e e aumentam a perda de minerais pelo organismo -15 mg/kg

Sucralose - derivado do açúcar que, através de processos químicos, tem três átomos de cloro substituídos por três grupos de hidrogênio-oxigênio na molécula do açúcar. - Essa troca faz com que o açúcar torne-se um adoçante artificial não metabolizado pelo corpo, por isso sem calorias não existem restrições de consumo -15 mg/kg

Fonte: Organização Mundial da Saúde (OMS)

Contraindicações

Existem grupos que precisam de cuidado redobrado na hora de escolher um adoçante. Pessoas hipertensas, por exemplo, devem evitar consumir adoçantes à base de ciclamato ou sacarina, pois ambos contêm sódio em sua composição, elemento que é responsável pelo aumento da pressão arterial.

Pessoas portadoras de fenilcetonúria (uma rara doença genética que impede o metabolismo e a eliminação do aminoácido fenilalanina e pode resultar em atraso mental e outros problemas neurológicos) não devem consumir adoçantes à base de aspartame, pois este contém a fenilalanina em sua composição. Já o adoçante acessulfame K possui potássio em sua composição, e deve ser evitado por pessoas com deficiências renais.

A ingestão de adoçantes por crianças também merece atenção especial. Isso porque, por terem peso menor, o consumo diário recomendado é bem menor do que o de um adulto, sendo preciso mais cuidado para controlar a quantidade ingerida. Além disso, não é recomendável a substituição dos açúcares por adoçantes nesta faixa etária. "Não é aconselhado que crianças utilizem produtos diet e adoçantes, exceto se elas tiverem alguma patologia específica como o diabetes. Pois estão em fase de crescimento e precisam da energia disponível em fontes de carboidratos", aponta Kirsten.

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